Você não é Nada

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A Dona dos Segredos: Escavando o Poder Por Trás da Persona

A Dona dos Segredos: Escavando o Poder Por Trás da Persona

Verdades Aprendidas e Revelações do Espírito

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Dommenique D. Luxor
abr 30, 2025
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A Dona dos Segredos: Escavando o Poder Por Trás da Persona
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Sabe, a gente vive numa era curiosa. Todos em busca do "verdadeiro eu", como se ele estivesse escondido debaixo de uma pedra, esperando ser descoberto com o mapa certo ou o ritual perfeito. Vira e mexe, vejo promessas de "seja feliz agora", "manifeste seus sonhos em 7 dias", "corte o que é ruim e só fique com o bom". Ah, a sedução da solução mágica, rápida, sem dor – como se a vida fosse um Arcano Maior simplificado e sempre positivo (spoiler: raramente é O Sol o tempo todo, e até O Diabo tem suas lições, convenhamos).

Com meus anos debruçada sobre livros contemporâneos e antigos, poder feminino, cartas de Tarot, contratos eróticos que mexem com as estruturas mais profundas do ser, e explorando as dinâmicas de controle e entrega que florescem no BDSM e Fetichismo, digo: é simplista demais. E um tanto inocente, pra não dizer outra coisa. A verdade é que a vida, mais parecida com a Roda da Fortuna em movimento constante, tem seus altos e baixos, seus momentos de Sol e seus mergulhos na Torre. Negar isso em busca de uma felicidade plastificada não é empoderamento; é apenas trocar uma ilusão por outra.

A confusão que vejo por aí, especialmente quando tocamos no tema "persona dominante" (ou qualquer persona que envolva assumir o comando de si), nasce justamente de uma falta de contato profundo com a própria história. Não o relato cronológico chato e linear, mas a história tecida com as linhas invisíveis das relações e experiências. E a gente raramente se dedica a escrever essa história, a se colocar como protagonista nela.

A Dança das Personas: Mais Complexa que um Ritual Simples

Pense bem: você tem uma persona para o trabalho, cuidadosamente construída com seus limites e permissões. Outra para a família, onde os papéis são quase arcanos definidos há gerações. Outra para o parceiro, e até uma, talvez a mais crua, para o momento em que você se olha no espelho. São todas "você", mas manifestadas de formas distintas. A sacada, na minha visão, não é achar que uma delas é a "verdadeira", a "original" sob sete véus. A maestria vem de entender como elas funcionam, como são construídas, e então – ah, então! – decidir qual delas você quer conscientemente manifestar e refinar.

Como as camadas da vida se sobrepõem e se transformam, moldando quem nos tornamos. "As Três Idades da Mulher" por Gustav Klimt, 1905, nos lembra que a persona carrega a profundidade de nossa própria história.

O perigo mora em identificar seu poder apenas com uma dessas personas, especialmente aquelas ligadas a lugares externos de comando. O glamour de um título, de uma posição social, é inegável. Mas é um poder frágil, construído sobre areia. O que acontece quando a doença bate à porta? Quando a empresa quebra? Quando o "lugar de poder" desaparece? Se seu poder estava só "lá fora", ele se desintegra junto. É por isso que insisto: o verdadeiro poder, aquele que te sustenta mesmo quando o chão treme (olá, Arcano da Torre!), é forjado dentro.

E forjar esse poder interno, essa persona que comanda a si mesma, exige prática. Não é algo que se aprende num workshop de fim de semana e pronto. Quem se dedica à prática dominante sabe: é diário. É exercício constante de habilidades. E, sim, admito, às vezes, no início desse mergulho no próprio poder, a gente fica mais triste, mais amargurada, em contato com uma realidade que não tem filtro "positividade". Mas, em troca dessa ilusão, você ganha algo inestimável: deixa de ser escrava de certas coisas e começa a jogar uma luz crítica sobre tudo ao redor. Ganha autonomia e fortalece sua autoestima.

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